“Meu filho bate e se bate, o que eu faço?”
“Minha filha não aceita ‘não’, tem crise se eu não der o que ela quer “
“Meu filho só quer ver o mesmo desenho no tablete o dia inteiro”
“ Meu filho diz que não quer ir para a escola, o que eu posso fazer?”
“Meu filho joga tudo no chão, quando está com raiva… “
Quem nunca passou por isso?… Todos nós.
Nas últimas décadas, vimos uma mudança abrupta da rigidez parental do século passado até a permissividade que pode ser igualmente prejudicial para as crianças. Muitos pais e muitas mães se sentem culpados ao negarem alguma coisa para os filhos com receio de magoá-los. Com isso, a educação foi ficando cada vez mais permissiva, e, em alguns casos, ocasionou falta de respeito geral: filhos gritando com seus pais, ameaças de saírem de casa; fazer o que querem sem ter consequências.
No autismo, é mais complicado, sim. Mas, por isso mesmo, as regras têm que ser mais claras e cumpridas com consistência.
“Não” tem que ser “não”, sem exceção porque a criança é autista. Deixar fazer o que quer em razão do diagnóstico é subestimar a capacidade de a pessoa autista evoluir numa sociedade (que quer ser) inclusiva.
Quanto mais cedo a gente traçar regras de convivência, melhor, justamente porque autistas tendem a se habituarem a uma rotina.
Seja o diretor desse filme. Seja mãe e pai, que não têm medo do filho.
Já de pequeno, não deixe que grite com você, que bata em você, que se bata (SEM bater de volta, por favor!). Busque as alternativas (técnicas) com os terapeutas. Trabalhe no destino que você quer. Não precisa fazer cara de mau, pois seu filho pode não entender expressão facial sem outra explicação. É só ser firme na decisão o tempo todo. E quando ele mudar o comportamento (vai mudar), você o elogia e agradece por não ter gritado, não ter surtado, não ter batido. A criança precisa ter referência. Seja a melhor referência que seu filho possa ter.
O capacitismo também pode estar no ato de subestimar a capacidade de uma criança autista aprender, em casa, como se vive em harmonia.