20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Não exagere nas expressões

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Quando comecei a ensinar sobre emoções ao Edinho, iniciei pelas mais fortes e óbvias: alegria, tristeza, raiva. Eu usava o momento: quando ele ria, eu dizia que ele estava alegre e repetia isso várias vezes, mostrando um pictograma correspondente à alegria. Eu esperava ele passar pela experiência da emoção e nomeava. Aos poucos, ele aprendeu.

Depois, a difícil parte de ensinar sobre as emoções mais sutis, menos óbvias: tédio, ansiedade, medo, desânimo, expectativa, irritação etc.

É preciso paciência e observação para não achar o que não é, já que as emoções são tão individuais, e nomear o que é correto, o que nosso filho sente. Pais e mães são ótimos nisso.

Edinho encontrou mais paz depois que conseguiu nomear o que sentia. Antes ele era um vulcão, cheio de emoções fortes que extravasavam no comportamento. Se estava feliz, corria pela casa, subia e descia do sofá, pulava, dava gritinhos, abanava muito com as mãos. Se estava incomodado, jogava coisas no chão, batia portas, gritava. Se estava entediado, girava rodinhas dos carrinhos ou ia pra frente da máquina de lavar.

Reconhecer emoções clareia a mente. Expressar emoções com comunicação (verbal ou não verbal – imagens, desenhos etc.) traz mais conforto ainda.
Por exemplo, que uma briga não significa rompimento; que uma grande alegria (ou tristeza) pode não durar por muito tempo.

NÃO ABUSE DAS EXPRESSÕES FACIAIS!

Olhar feio para expressar descontentamento sem usar outra forma de comunicação, não é aconselhável. A não ser que você explique que “estou fazendo esta cara porque não estou feliz”.

Se for para educar em emoções, use.

Se for para castigar, não use.

O amadurecimento emocional de uma pessoa autista, em geral, demora mais que o das pessoas neurotípicas, mas é um processo contínuo. Por isso não devemos deixar de guiar nossos filhos mesmo depois da maioridade. A maioridade no autismo nem sempre é equivalente à maturação emocional. Entender-se e entender o mundo custa tempo.

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