Nas minhas muitas viagens para conferências de autismo, tenho encontrado famílias com desordem afetiva no seu histórico. A relação entre desordem afetiva e autismo é também mencionada na literatura (Gillberg & Schaumann, 1981). O histórico familiar de pessoas autistas pouco comprometidas costuma conter ansiedade ou pânico, depressão, dons ou grandes habilidades em certas áreas, alergia a certos alimentos e determinados tipos de desordem no aprendizado. Em muitas das famílias que eu entrevistei, a desordem nunca havia sido formalmente diagnosticada, porém um questionário cuidadoso era revelador.” (Temple Grandin, UMA VISÃO INTERIOR DO AUTISMO)
Escola e família devem sempre caminhar juntas, são instituições de base na formação do homem em sua integralidade.
Para alunos com deficiência, as relações escola/família devem se estreitar tanto quanto possível. Em autismo, por exemplo, pedimos individualização, educar a cada um é um processo cujas demandas e estratégias educativas e cujos objetivos exigem o conhecimento do sujeito e respeito às suas especificidades.

O conhecimento sobre o entorno do aluno, das suas relações familiares, de como se dá essa interação também sobre o histórico familiar relativo à saúde mental, esclarece e promove intervenções educativas mais pontuais. Importante salientar: sem invadir a privacidade familiar, e com amorosidade.
O professor que deseja obter sucesso na educação de pessoas autistas, deve agir como um bom detetive, conhecer a fundo o foco de sua pesquisa, e isso deve se basear em três pontos principais:
1- conhecimento do transtorno e domínio de técnicas,
2- conhecimento do aluno e sua família
3- avaliações precisas.
Voltando à Dra Grandin (autista), ela cita como fatores decisivos para o seu sucesso na vida: sua mãe e ter tido bons professores. Aí vemos uma bela definição de nossa importância!
Referência: https://cdifloortime.com.br/temple-grandin/