Uma reportagem da revista “Rolling Stone” publicada no final do mês de fevereiro indica que séries que têm o autismo como tema fomentam debates sobre a representação do diagnóstico. As séries “The Good Doctor” (da ABC) e a versão norte-americana de “Amor no Espectro” (da Netflix) dividem opiniões entre os telespectadores.
Segundo a “Rolling Stone”, enquanto alguns espectadores elogiam a representação e a diversidade proporcionada por esses programas, outros criticam a forma como os personagens autistas são retratados, especialmente em relação à falta de diversidade racial, de gênero e à infantilização dos personagens. Por isso, especialistas e ativistas destacam a importância de representações autênticas e diversas de pessoas com deficiência na mídia, visando combater estereótipos e promover uma maior compreensão e aceitação da diversidade humana.
“Amor no Espectro”, por exemplo, traz autistas em encontros amorosos, num formato que mistura documentário com reality show. “Há esse posicionamento das pessoas autistas [no programa] como muito fofas, elas são muito queridas, ‘olhe para essas pessoas incomuns’. Isso é como ‘olhe para os suricatos’”, disse Sandra Thom-Jones, professora da Universidade de Wollongong.
“The Good Doctor”, além de um sucesso internacional, também teve impactos na relação da temática da profissão da medicina com o autismo. “Uma coisa em que vimos uma grande mudança – e é praticamente a única carreira em que vimos uma mudança – é um aumento ao longo do tempo no número de pessoas que pensam que os autistas podem ser médicos”, disse o pesquisador Thom-Jones, que é autor de vários estudos sobre a representação do autismo em mídias.
FONTE: https://www.canalautismo.com.br/noticia/series-fomentam-debate-sobre-representacao-do-autismo/