Depois de tanto tempo militando na causa, me esforçando para melhorar e ampliar a discussão em torno dos métodos de tratamento e terapia para minimizar os impactos do autismo, ainda me pego, algumas vezes, com afirmações absurdas. Uma delas, e talvez a que mais me intriga, é a de que a intervenção psicomotora não tem tanta importância assim no acompanhamento de um portador de TEA. Como assim? Tem, e muita! Em alguns casos, é fundamental. Abaixo, descrevo um breve relato de alguns aspectos importantes para a necessidade de uma abordagem psicomotora, não obstante serem indicados outros procedimentos:
– Conhecer seu próprio corpo e utilizá-lo de forma eficiente no dia a dia. Seja na hora do banho, para vestir uma roupa ou para participar de uma brincadeira;
– Conseguir perceber bem o espaço e o tempo à sua volta, seja para atravessar uma rua com segurança ou jogar algum esporte;
– Ter consciência de todo o seu potencial e suas capacidades, além também de conhecer seus limites, o que ajuda na hora de não se colocar em perigo;
– Conquistar sua autonomia e ter uma boa autoestima.
Dito isso, a intervenção psicomotora pode ser, sim, uma aliada fundamental nesse processo de desenvolvimento de jovens e adultos do espectro autista!