“Deve-se levar em conta que os chamados superdotados são um grupo muito heterogêneo, que difere no perfil cognitivo, nas dificuldades de aprendizagem, nas personalidades, nos estilos de aprendizagem, nas preferências e nos interesses. Alguns experimentam baixo rendimento acadêmico contínuo ou periodicamente, o que sustenta a ideia de que existem diferentes padrões de superdotação e que também mudam ao longo do tempo”. (Renzulli e Reis, 2018).
Infelizmente, o nosso sistema escolar não contempla ainda as individualidades. A sistematização nos faz perder os diferenciais maravilhosos da diversidade humana. O grupo de alunos superdotados que se enquadra nos 5% dos indivíduos no planeta ainda é um dos grupos invisíveis no âmbito escolar.
A reflexão sobre a causa dessa invisibilidade me faz crer que a queda de qualidade de ensino sofrida pelos brasileiros nas últimas décadas tem contribuído para a piora nas formações do professorado, assim como todas as outras categorias. O professor não consegue lidar com o aluno que apresente um teor acadêmico às vezes maior que o seu, e não tem as ferramentas pedagógicas adequadas para lidar com esse desafio.
Luta pela qualidade do ensino
Sabatella (2013, p. 67) reafirma isso quando cita Pérez (2003), “No Brasil, a luta ainda é pela qualidade do ensino geral; o sistema escolar conta com instrumentos para auxiliar os alunos que não atingem a média – recuperação, reforço, aulas particulares – ou seja, não há preocupação em desafiar os que já sabem os conteúdos ou aprendem rapidamente“.
O primeiro passo necessário para reverter essa realidade é incrementar as formações relativas à superdotação e as altas habilidades, desmistificando que o desempenho acima da média não necessita de nenhum atendimento especializado. Esse é um dos resultados infelizes que encontramos em consequência da pouca instrução que se tem acerca das AH/SD, havendo a necessidade primordial de conhecer conceitos básicos a fim de que possamos promover melhores práticas educacionais que venham a contemplar esses alunos.