20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Belém, anfitriã da Conferência do Clima da ONU (COP30), sediou, na última sexta-feira, a oficina “Papo de primeira: balanço ético global (BEG)”, uma iniciativa que colocou crianças e adolescentes no centro da discussão sobre a crise climática. O evento em Belém focou especialmente em garantir o protagonismo e a acessibilidade de jovens, sobretudo aqueles com deficiência, alinhando-se à proposta brasileira de coletar as perspectivas éticas e morais da juventude para a conferência de 2025.

O Balanço Ético Global (BEG) é um diálogo que acontece em nove países e visa a transcender as análises meramente técnicas, inserindo a justiça intergeracional como um pilar fundamental do debate climático. Em Belém, a oficina foi coordenada pela Superintendência da Primeira Infância, diversas secretarias municipais, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA) e a organização internacional Plant for the Planet.

Vozes do futuro: Inclusão e acessibilidade como chave para o futuro

Um diferencial crucial da etapa paraense foi a ênfase na acessibilidade, garantindo que as vozes de crianças e adolescentes com deficiência fossem ativamente escutadas. O objetivo é assegurar que as perspectivas dos grupos mais vulneráveis à crise climática cheguem ao palco global da COP30.

“A crise climática é uma questão de direitos humanos, e a vulnerabilidade das crianças com deficiência é amplificada. Por isso, a escuta ativa e a acessibilidade não são apenas um diferencial, mas sim o cerne da Justiça Climática. As crianças não são apenas vítimas; elas são, e devem ser, vistas como poderosos agentes de mudança,” destacou a doutora Flávia Marçal, superintendente da Primeira Infância de Belém e Conselheira da OAB e colaboradora do Coletivamente.

Reforçando o imperativo ético da iniciativa, a doutora Ivana Melo, presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-PA, afirmou: “As crianças e os jovens são as maiores vítimas da crise climática, e, por isso, a escuta de suas vozes é um imperativo ético. A Justiça Climática começa com a escuta daqueles que herdarão o planeta.”

A relevância da inclusão foi sublinhada pela doutora Vanessa Dias, presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência (PCD) da OAB Pará: “É crucial entender que a crise climática afeta a todos, mas a pessoa com deficiência está em uma situação de vulnerabilidade ainda maior.”

Durante as atividades, os jovens participantes usaram recursos lúdicos e interativos para compartilhar suas ideias criativas sobre as mudanças climáticas e refletir sobre o que consideram ser ações “justas e corretas” para o futuro que desejam herdar.

Do Pará para o mundo: Ideias da Amazônia na COP30

As reflexões e demandas levantadas pelas crianças de Belém serão compiladas em um documento que será entregue à presidência da COP30. Este material será fundamental para a seleção dos 30 Embaixadores da Justiça Climática que participarão da conferência, garantindo que a voz da Amazônia e de suas futuras gerações ecoe em nível global.

Luciano Frontelle, diretor executivo da Plant for the Planet Brasil, ressaltou o impacto das contribuições: “A inclusão das vozes infantis vai além do simbolismo. Estamos transformando um debate técnico em um compromisso profundo e voltado para o futuro que elas herdarão.”

O engajamento na oficina “Papo de Primeira” reforça a preparação de Belém para a COP30, não apenas na esfera logística, mas na substância do debate, assegurando que a justiça intergeracional e a inclusão sejam pilares centrais da conferência climática em 2025.

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