20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Está cada vez mais comum a descoberta do diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em adultos, adolescentes ou mesmo idosos. A busca inicia-se com a sensação de que algo é diferente, onde há desafios sociais, emocionais ou comportamentais que não podem ser explicados facilmente. É crescente também a demanda de pais que chegam nos consultórios buscando o diagnóstico e tratamento para os filhos e acabam identificando os próprios sintomas.

Além disso, sabemos que, anteriormente, o diagnóstico era confundido com outras condições, eram considerados apenas tímidos demais, antissociais, ou recebiam outros diagnósticos, como esquizofrênicos.

O TEA é um espectro, o que significa que há uma ampla variedade de formas que ele pode se manifestar. Como trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento, os sintomas devem vir desde a infância. Porém, a depender da intensidade, alguns indivíduos podem ter sintomas mais evidentes desde o início, enquanto outros podem apresentar sintomas menos perceptíveis. Além disso, observamos que é comum ao longo do tempo, os adultos desenvolverem estratégias que mascaram e disfarçam o autismo, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil.

Um sintoma muito frequente que ouvimos nos consultórios em adultos é a chamada “ressaca social”. Onde o indivíduo sente-se extremamente cansado, após uma exposição social, seja numa festa ou jantar. Embora os sintomas sejam diversos e expressos de maneira individualizada. No geral há dificuldades em:

Alguns sintomas a serem observados

1) Comportamentos repetitivos e interesses restritos – apresentar comportamentos repetitivos, como organizar objetos de maneira precisa. Pode ter interesses e hobbies muito específicos e intensos;

2) Rigidez de rotina e busca por previsibilidade – Pode ser resistente a mudanças na rotina, ficar desconfortável com imprevistos e sentir-se ansioso em situações de incerteza;

3) Sensibilidade Sensorial – Pode ser hipersensível ou hipo sensível a estímulos sensoriais, como luz, som, textura de alimentos e toque;

4) Dificuldade na Teoria da Mente – Pode lutar para entender o sarcasmo, o humor sutil ou as intenções ocultas nas interações sociais;

5) Intensidade Emocional – Pode experimentar emoções de forma intensa e, às vezes, ter dificuldade em regular suas respostas emocionais.

Caso alguém se identifique com algum aspecto do transtorno, deve procurar um neurologista ou psiquiatra. Muitos solicitam a avaliação neuropsicológica para ajudar no diagnóstico. O tratamento é focado nos prejuízos mais aparentes, onde são feitos trabalhos como dessensibilização sensorial e psicoterapia. É realizado por uma equipe multidisciplinar, que além de psicólogos, pode incluir fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais. A depender do caso, o tratamento medicamentoso também é necessário.

Precisamos compreender que o diagnóstico tardio não define o indivíduo, mas sim marca o início de uma jornada de compreensão e adaptação. A revelação envolve um misto de emoções, onde há tristeza e ansiedade sobre o desconhecido, mas há também o alívio em finalmente entender o que estava acontecendo.

É uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida, onde o indivíduo e a família juntos, podem compreender e superar os desafios de forma mais consciente e resiliente.

FONTE: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/ana-grasieli-lustosa/entenda-sobre-o-diagnostico-de-autismo-tardio-1.3434391

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