20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Atenção às diferenças

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Nos últimos anos, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem recebido uma visibilidade crescente, muito devido à disseminação de autodiagnósticos na internet. É comum encontrarmos pais que, mesmo sem um diagnóstico médico confirmado, atribuem as dificuldades escolares de seus filhos ao TDAH. Mas será correto considerar o TDAH um transtorno de aprendizagem?

Segundo a neuropsicóloga Ana Carla Silvestre Sangineto, a resposta é não. No entanto, ela explica que o TDAH afeta a vida escolar da criança de maneira indireta. “Embora o TDAH não seja classificado como um transtorno de aprendizagem, sua influência na aprendizagem é indireta, uma vez que se trata de um transtorno atencional, frequentemente associado à hiperatividade, que resulta em flutuações na capacidade de concentração das crianças”, esclarece.

Os transtornos de aprendizagem, por outro lado, incluem a dislexia, a disortografia, a disgrafia e a discalculia. É importante distinguir entre dificuldades de aprendizagem e transtornos de aprendizagem.

“As dificuldades geralmente se manifestam de forma pontual, com um início e um fim determinados por eventos específicos, como mudanças de escola ou problemas familiares”, aponta a doutora Ana Carla. “Por outro lado, os transtornos têm uma origem neurobiológica, ou seja, a criança já apresenta essa disfunção desde as fases iniciais da vida, antes mesmo de frequentar a escola.”

O diagnóstico de um transtorno de aprendizagem envolve uma análise detalhada, que inclui entrevistas com todas as partes envolvidas, desde a própria criança até os pais e professores, seguida pela aplicação de testes psicológicos e de rastreamento para avaliar o nível de dificuldade em relação ao desenvolvimento típico. “Somente com base em evidências científicas sólidas é possível encaminhar a criança para um tratamento adequado que permita superar os desafios do transtorno”, afirma.

Suporte adequado

A neuropsicóloga destaca ainda que uma vida plena é possível para crianças e adultos, com ou sem dificuldades ou transtornos de aprendizagem. “Com o suporte adequado, indivíduos com essas desordens podem desenvolver estratégias eficazes para lidar com seus desafios e alcançar sucesso em diversas áreas da vida”, complementa a Dra. Ana Carla Silvestre Sangineto.

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), os casos de TDAH podem chegar a 8% da população mundial. Apesar de ser mais comum em crianças, cada vez mais adultos têm sido diagnosticados com a condição. Contudo, isso não indica que o TDAH pode ser desenvolvido ao longo da vida, conforme explica o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento.

“As evidências de que o TDAH pode ser desenvolvido na fase adulta são muito escassas, todas reforçam que a condição surge desde a infância, mas existem outros fatores que podem levar ao diagnóstico na idade adulta, como, por exemplo, sintomas similares causados por outras razões”, explica.

Diagnósticos imprecisos

Diagnósticos imprecisos também são uma preocupação crescente. De acordo com um novo modelo científico produzido pelo Dr. Flávio Henrique Nascimento, o uso de redes sociais pode ser um fator significativo para gerar sintomas similares ao TDAH na fase adulta, levando a diagnósticos imprecisos.

“Já é amplamente comprovado que há efeitos negativos no uso prolongado e excessivo de redes sociais no dia a dia, efeitos esses que podem ser muito similares ao TDAH, como hiperatividade, falta de foco, principalmente em atividades multitarefas, afetando também o funcionamento cognitivo, dificuldades em usar a inteligência emocional e desregulando a liberação de neurotransmissores.”

“Esse tipo de efeito pode ser confundido com TDAH, gerando diagnósticos equivocados, uma vez que o uso de redes sociais também afeta o desenvolvimento cognitivo e cerebral quando usadas durante a infância e adolescência, afetando a linguagem, escrita e gerando problemas comportamentais”, conclui Dr. Flávio H. Nascimento.

FONTE: https://www.acritica.com/saude/tdah-especialistas-falam-sobre-a-importancia-de-um-bom-diagnostico-do-transtorno-1.345890

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