20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Como todos sabem, sou uma pessoa autista de 44 anos. Tenho Altas Habilidades e Superdotação. Sou graduado em Comunicação Social/Produção Editorial. Pós-graduado em Processos Criativos em Palavra e Imagem e estou terminando a Pós-graduação em Arteterapia.

Eu trabalho desde 1997. E vou dizer que não é fácil. Por mais que eu tenha capacidade intelectual, mobilidade física e altas habilidades em tudo que eu faço, eu passei décadas sofrendo no ambiente corporativo fazendo com que eu desistisse de me manter nos empregos. Por mais que eu lutasse para me adequar ao ambiente que é extremamente aversivo para mim, uma pessoa autista, esse mesmo lugar não se adaptava para mim.

Por muitos anos, pensei que eu era menos. Pensei que eu não era capaz. Isso porque muitos falavam: “Se essa pessoa consegue, se esforça mais que você também consegue”. Bom, não é bem assim.

Incluir vai além de abrir espaço para as pessoas. Incluir é tirar as barreiras da acessibilidade. Incluir é fazer adaptações para que a pessoa com deficiência, no meu caso o autismo, ter o mínimo de dignidade ambiental e sensorial para trabalhar.

Muitas empresas visam ao lucro e é isso mesmo que importa em uma sociedade capitalista, é isso que mantém a economia girando e dá oportunidades de emprego. Mas também é lei dar oportunidade para as pessoas sem que a explorem.

Outras muitas empresas prezam pelo bem-estar dos funcionários, pois um funcionário feliz é uma empresa mais rica. O olhar atento para o profissional é fundamental para uma empresa saudável.

Muitos não sabem lidar com pessoas autistas e eu digo que é preciso entendê-las para usar o que elas têm de melhor. Temos habilidades incríveis em áreas específicas. Usem do nosso hiperfoco para produzir e fazer de forma eficaz todo o trabalho destinado. Olhem atentamente para a individualidade do funcionário. Faça adaptações e essa pessoa também se adaptará, isso fortalecerá o laço entre a empresa e o seu funcionário.

Equidade, inclusão e acessibilidade.

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