20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Autismo e tamanho do cérebro

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Um estudo realizado na Universidade da Califórnia (EUA) e publicado na revista “Molecular Autism”, em maio de 2024, mostrou pela primeira vez que a “severidade” do autismo pode estar relacionada ao crescimento excessivo do cérebro nas primeiras semanas de gestação.

Os prejuízos nas áreas social, afetiva e de comunicação são centrais no autismo, porém, a apresentação e “gravidade” das características variam significativamente de indivíduo para indivíduo. Algumas crianças apresentam ganhos nas habilidades sociais e de linguagem, enquanto outras mantêm dificuldades persistentes e necessitam de maior suporte ao longo da vida. As origens biológicas desses subtipos de severidade no TEA ainda são pouco compreendidas, sendo foco constante de estudo.

Neste estudo, os pesquisadores utilizaram modelos de microcérebros criados em laboratório a partir de células-tronco retiradas de amostras de sangue de 16 crianças (10 autistas e 6 neurotípicas). As células-tronco foram reprogramadas para se transformarem em células do córtex cerebral, simulando o desenvolvimento embrionário.
Os resultados mostraram que os microcérebros derivados de crianças autistas cresceram cerca de 40% mais do que os de crianças neurotípicas. E que quanto maior o tamanho do microcérebro embrionário no TEA, mais prejuízos sociais.

A restrição da proteína NDEL1, que regula o crescimento cerebral durante o desenvolvimento embrionário, pode ser uma possível explicação para esse fenômeno.

Essa descoberta reforça estudos anteriores que indicavam que bebês com crescimento acima da média no perímetro cefálico, especialmente nos primeiros meses de vida, têm maior risco de desenvolver autismo (Courchesne et al., 2003; Piven et al., 1995). E sublinha a importância do monitoramento precoce do crescimento cerebral como possível indicador de risco, abrindo novas perspectivas para diagnósticos e intervenções mais eficazes.

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