Com festas de final de ano, em especial no Ano Novo, a queima de fogos de artifício são um dos problemas para famílias que têm crianças com hipersensibilidade auditiva, como é o comum em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), apesar de não estar restrita a esse diagnóstico.
Um dos principais desafios é o que a família pode fazer para acolher e amenizar a sobrecarga sensorial e emocional que as crianças com TEA estão expostas. A longo prazo, é indicado por neurologistas e terapêutas a busca por Terapia da Integração Sensorial. Mas na hora dos fogos uma das indicações para amenizar a reatividade é usar abafadores de som.
É o caso de Claudineide Cruz dos Santos, graduada em Serviço Social e tem um filho, Saulo Nogueira, de 15 anos, que além de neurotípico também tem epilepsia. De acordo com a mãe, os fogos podem ser um fator deflagrante das crises epilépticas, pois ele fica inquieto e tem dificuldades para dormir de noite. Assim, a falta de sono, pode acarretar em crises.
“Eu dentro das minhas possibilidades coloco alguma coisa que obstrua o acesso do barulho, um fone”, disse Claudineide Cruz que disse enfrentar o problema dos fogos comumente por viver em uma comunidade periférica.
Outras maneiras que podem ajudar são estratégias preventivas como conversar com a criança para prepará-la, acolher com abraço caso ela aceite e após os fogos deixar a criança repousar em um local silencioso.
Nos últimos anos algumas cidades adotaram a queima de fogos silenciosos com o intuito de amenizar o sofrimento de pessoas com algum transtorno ou disfunção sensorial, além dos animais, que têm uma audição mais apurada. Mesmo assim, muitas pessoas com TEA continuam a sofrer com o barulho causado pelos fogos soltos em lugares que ainda não adotaram a prática citada.
FONTE: https://atarde.com.br/saude/como-fogos-de-artificio-afetam-criancas-com-autismo-1300803