20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Crescimento entre as mulheres

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Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, 8,4% das crianças e 2,5% dos adultos do mundo têm transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Por anos, a maior fatia dos casos era diagnosticada em meninos durante a infância, mas desde 2020 os diagnósticos em mulheres adultas quase dobraram.

Uma das explicações para esse cenário é cultural: por anos o TDAH foi entendido como “um transtorno de menino”, em virtude das características de hiperatividade e impulsividade. Como consequência, os principais estudos e pesquisas sobre TDAH foram feitos com meninos e homens.

Há três tipos de TDAH: hiperativo, desatento e combinado. Meninas e mulheres tendem a ter o tipo desatento, caracterizado por desorganização, esquecimento e dificuldades para iniciar e manter-se na tarefa.

“Existe um olhar para as meninas e mulheres, pautado nessa veia cultural, que é extremamente prejudicial ao diagnóstico de TDAH. ‘Meninas vivem sonhando acordadas’, quando na verdade pode se tratar de um traço de falta de concentração; ou ainda, a mania de enrolar o cabelo, entendida como um charme e que ressalta essa ideia de estar no mundo da lua, quando, na verdade, se trata de uma traço de reatividade emocional, por exemplo”, esclarece a neuropsicóloga Suzana Lyra (CRP03/9748), diretora e responsável técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN).

Diferentemente dos homens, é bem provável que a menina com TDAH não apresente problemas comportamentais importantes em casa e na escola, seja aplicada, ótima aluna e tire notas altas. Porém, para alcançar esses resultados, acontece o que os especialistas chamam de mascaramento dos sintomas, contribuindo para o aparecimento de comorbidades relacionadas à saúde mental e autoestima, como depressão, ansiedade e dificuldades nos relacionamentos pessoais.

“Na verdade é preciso esclarecer que a prevalência do TDAH é igual entre os gêneros, sendo que as mulheres estão sendo subdiagnosticadas ou diagnosticadas na fase adulta por sua comorbidade, ou seja, ela é tratada para a depressão e não para o TDAH em si”.

Desatenção

Por algum motivo que a ciência ainda não sabe explicar, a maioria das mulheres com TDHA possui como característica principal a desatenção: apresenta dificuldade com organização e gestão de tempo, vive distraída, derruba e perde objetos, não mantém a atenção nas atividades, o que pode levar a problemas de desempenho na escola ou no trabalho.

Há casos em que o quadro comportamental está relacionado à hiperatividade e impulsividade: mulheres mais agitadas, que atravessam a fala das pessoas e têm dificuldade para ficar quietas.

“Em ambos os casos, é importante sempre frisar que o diagnóstico errado traz consequências irreparáveis. As mulheres com TDAH têm maior probabilidade de sofrer de ansiedade e depressão, abuso de substâncias e transtornos alimentares. São cinco vezes mais propensas a sofrer violência por parceiro íntimo, sete vezes mais propensas a tentar suicídio e têm taxas mais altas de gravidez não planejada ou precoce”, enumerou Suzana Lyra.

A neuropsicóloga reforça que uma das principais causas do TDAH é a genética e observar as mulheres da família pode ser um ponto de alerta para a busca do diagnóstico e tratamento.

“Observe se entre as mulheres da sua família há aquela que pergunta a mesma coisa muitas vezes, fica muito isolada, possui baixa autoestima, por exemplo. Em casos de suspeita de TDAH, procure um profissional habilitado, para a realização de uma avaliação neurocognitiva, com pesquisa profunda acerca dos sintomas e histórico de toda a vida. Quanto antes iniciado o tratamento, melhor o ganho na qualidade de vida”, concluiu.

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/especial-publicitario/clinica-ibn-suzana-lyra/noticia/2024/10/18/cresce-o-numero-de-diagnosticos-de-tdah-em-mulheres.ghtml

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