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Cuidado com o universo digital

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Verdade seja dita, na época que vivemos, não usar celular ou tablet não é realista. No entanto, a tecnologia deveria ser usada a nosso favor, nunca contra.

No contexto do autismo, o déficit na interação social é um dos principais desafios. Sendo assim, qualquer objeto que substitua a interação com outra pessoa deve ser usado com muita atenção.

A tela é aliada no desenvolvimento de uma criança quando usada para ensiná-la, ou até melhor, para estimular a atenção compartilhada: adulto e criança interagindo com uma só tela ao mesmo tempo.

A tela é prejudicial quando o conteúdo que a criança vê e ouve não contém nenhum tipo de aprendizado. Nesse caso, a tela deveria ser usada como reforçador. Tudo bem relaxar, não fazendo nada, ou até passando o dedo para cima e para baixo de modo repetitivo. Auto regulação também é importante. Mas, cuidado para não se tornar um hábito que deixa a criança “quietinha” enquanto o cuidador precisa de sossego. A curto prazo, sem problemas; a longo prazo, vai ser uma perda de tempo útil, ensinando habilidades que a criança autista já pode ter um atraso para alcançar.

Acesso negado

Se a criança tem crise porque você negou o tablet e você cede, esse processo vai se tornar comum para sua família. O tablet vai ter que ir para o restaurante, para a casa da visita, para a terapia. Inverta a situação:
Se a criança vai aos lugares em que a família precisa estar, sem crises (motivação de autocontrole), a recompensa será X minutos de tablet. Se ela chora e esperneia (Deus sabe que eu sei como é…), diga que você entende que ela esteja muito chateada. Se ela parar de chorar, elogie o esforço e diga que depois do almoço ou visita ela poderá mexer no tablet.

Não tem outra forma da criança autista participar do mundo real se ela sempre estiver no mundo digital. Isso vale também para crianças sem autismo e até para adultos. Nosso corpo não foi feito para ficar sentado olhando para uma tela o tempo todo. Temos um corpo para se movimentar, falar, ouvir, cheirar, correr, andar, e tocar outro corpo humano.

O universo digital deveria ser parte da nossa vida, não nossa vida toda.

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