Muitas pessoas com autismo enfrentam desafios profundos que podem limitar sua independência. Contudo, existem inúmeros casos de pessoas que levam anos sem desconfiar da condição, só descobrindo o autismo com um diagnóstico tardio.
Isso ocorre porque, muitas vezes, os sinais são sutis e passam despercebidos ou são confundidos com traços de personalidade.
Ecolalia
A ecolalia, caracterizada pela repetição de palavras, frases ou sons, é um comportamento comum entre autistas. A repetição pode ocorrer logo após ouvir algo (ecolalia imediata) ou mais tarde (ecolalia tardia). Pessoas com autismo podem reproduzir trechos de conversas, filmes, ou sons de máquinas e do ambiente, como o barulho de portas ou sirenes. Esse comportamento pode ajudar na compreensão de informações ou na autorregulação emocional, especialmente em situações de estresse.
Esgotamento social
Ambientes sociais com muitos estímulos — luzes, sons, e interações — podem sobrecarregar indivíduos com autismo, que frequentemente enfrentam esforço mental ao tentar interpretar expressões faciais, tons de voz e normas sociais. Após tais eventos, é comum que o autista sinta-se exausto e deseje um período de isolamento para “recarregar as baterias”.
Ingenuidade
Indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem ter dificuldade em interpretar intenções e sinais não-verbais, o que pode fazê-los compreender as interações de maneira literal. Esse aspecto pode levar à falta de percepção de nuances, como sarcasmo ou ironia, mas não representa uma característica própria do autismo, e sim uma consequência das dificuldades de interação social.
Honestidade e comunicação direta
A comunicação de pessoas com autismo tende a ser mais direta e honesta, o que pode ser interpretado como frieza ou ingenuidade por aqueles que esperam estratégias sociais mais complexas.
Entendendo o TEA
O TEA é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico, impactando áreas como comunicação, interação social e comportamento. Como um espectro, o autismo se manifesta de maneiras diversas em cada pessoa, ainda que existam características comuns.
No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas tenham TEA, mas a falta de dados concretos levou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a incluir perguntas sobre autismo no censo de 2022.
O diagnóstico precoce do autismo possibilita o início de práticas terapêuticas que incentivam a independência e qualidade de vida. O tratamento geralmente é multidisciplinar, com a inclusão de terapia cognitiva comportamental e de integração sensorial, além de medicação em alguns casos.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte a pacientes com TEA por meio de uma rede de assistência específica para essa condição.
FONTE: https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/adultos-autistas-podem-apresentar-sintomas-muito-sutis-e-viverem-ate-o-fim-sem-saber-do-diagnostico/