2 de Abril – Dia Mundial da (preguiça) da Conscientização do Autismo
Nesses mais de 25 anos atuando na conscientização do autismo, um dos meus saldos é a preguiça que tem dado de, dia após dia, repetir as mesmas coisas a fim de derrubar os mesmos mitos. Aff…
Sim, preguiça de dizer que:
– Não, não é doença.
– Não, nem todos os autistas são gênios, ou nem todos têm deficiência intelectual.
– Não, vacina não causa autismo.
– Sim, autistas adultos existem, e idosos também.
– Sim, autistas podem se casar, trabalhar, fazer faculdade…
– Sim, autistas podem olhar nos olhos, se comunicar, aprender, viver uma vida produtiva (e aqui não falo só de trabalhar e ganhar dinheiro).
Preguiça de explicar sobre nós que…
– Gabriel não fala, mas entende.
– Não te cumprimenta, mas te reconhece (então, não finja que ele é invisível, dê bom dia!).
– Não, eu não “virei” autista, só tive diagnóstico tardio.
– Sim, o masking fez parte da minha vida, mas não me fez menos verdadeira.
– Sim, temos sobrecargas sensoriais e necessitamos de tempo para nos autorregular.
-Preguica extrema de ouvir : “Ele é lindo, tem certeza que é autista?”.
Preguiça de reiterar que…
– Não se deve esperar determinada idade para investigar se a criança é autista. Nem achar que alguém é velho demais para receber o diagnóstico.
– Não, autismo não é moda.
– Sim, autismo é deficiência, e têm leis que resguardam direitos.
Uma enorme preguiça de dizer que…
– Autismo não tem cara.
– Autismo não é raro.
– Autismo existe desde que a humanidade existe… Só foi chamado por outros nomes.
– Autismo não é causado por desamor da mãe ou por traumas de infância. As pessoas nascem autistas.
– Autistas não vivem em um mundo à parte.
– Agressividade não faz parte dos sintomas de autismo.
Enfim, poderia ficar horas aqui falando sobre os mitos que cercam o TEA, e o quão capacitistas as pessoas podem ser, mas sinceramente… Isso me dá uma preguiça!
“Não tente mudar o autista. Mude sua forma de perceber e lidar com o autismo.”