As especializações são desenvolvidas para que profissionais estejam mais bem capacitados e obtenham maiores expertises dentro de um campo ou mais de atuação. Uma das características importantes na especialização é a proficiência, que se define como a compreensão profunda de um campo de estudo, base teórica e capacidade de criar estratégias.
Segundo o Dicionário Online de Português, especialista é “quem se dedica exclusivamente ao estudo ou à prática de uma ciência, uma arte, uma profissão.” O título de especialista é dado àqueles que concluíram o curso de pós-graduação. Lembrando que o profissional especialista é aquele que se dedica exclusivamente a um campo de estudo como a Ciência, a Arte, a Filosofia, a Educação, etc.
Uma característica importante para um profissional especialista é sua capacidade para a resolução de problemas com criatividade e inovação. Ser referência em sua área de atuação também é um diferencial do especialista, e o desenvolvimento de pesquisas que possam desenvolver seu objeto de estudo também é esperado dele.
Por que estou falando de especialização? Para a reflexão! A facilidade de se encontrar cursos EAD oferecendo pós-graduação com diplomação em 3 ou 6 meses é grande. Esse período tão curto é capaz de formar mesmo um perito? E, infelizmente, como muitas pessoas veem o autismo como um campo aberto para obtenção de lucro fácil, temos visto uma infinidade de “especialistas” oferecendo serviços sem o domínio necessário da teoria aliada à boa prática. Vale a dica: antes de contratar um profissional especialista, pergunte, peça pra ver suas diplomações, o tempo de dedicação que ele despendeu e despende na sua expertise.
Dano avassalador
O dano da ação de um mau profissional é avassalador e compromete o desenvolvimento do aluno autista. Ao lidarmos com vidas, são necessárias ainda muito mais ética e responsabilidade.(…)
Piaget já dizia para não enxergamos déficits e, sim, possibilidades. No momento em que trabalho com meus alunos, baseada apenas em uma abordagem, na realidade o que estou fazendo é colocá-los na “minha” caixa, esperando que eles se adaptem e se incluam no processo educativo..
O professor se tornar especialista é muito bom, mas a reflexão sobre sua prática deve acompanhá-lo a todo momento, para que possa propor ao aluno o que ele realmente necessita e não apenas a sua expertise, deve se capacitar com outras técnicas e outras metodologias.
Quando dizemos: “alfabetização de autista é com ABA” ou com TEACCH, ou com Boquinhas*, etc, estamos reduzindo o conhecimento e a aprendizagem a uma só prática. Além de sermos tendenciosos, deixamos de respeitar a individualidade do aluno e sua diferença. O aluno pode aprender em idades distintas e com técnicas distintas.
Inclusão por equidade
Eu, como profissional, devo estar apta para reconhecer sua prontidão e propor essas possibilidades.
Outro lembrete: kits de autismo, apostilas prontas, atividades massificadas nem sempre funcionam. Se prepare para utilizar e confeccionar recursos que sejam individualizados e funcionais para o seu aluno.
Como diria nossas mães: “Ele não é todo mundo!”
A inclusão do autista se dá por equidade, isso significa oferecer técnicas, ferramentas e recursos que o favoreçam de forma justa e que proporcionem a aprendizagem. A inclusão não se dá oferecendo o mesmo recurso para todos os autistas, colocando-os numa caixa única, e esperando que aprendam. O processo inclusivo é amplo, que a nossa falta de visão e recursos não o reduzam.
*Jean Piaget: desenvolveu importantes teorias educacionais
*ABA: Análise do Comportamento Aplicada
- TEACCH: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiências Relacionadas à Comunicação,
- Boquinhas: Método das Boquinhas, fonovisualarticulatório para alfabetização
- Fonte:
- www.dicio.com.br
Claudia Moraes - Mestre em Educação
- Especialista na Educação na Perspectiva do Ensino Estruturado
- Pedagoga
- Professora
- @profclaudiamoraes