20/06 | 2 anos de Coletivamente

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As estereotipias vocais são vocalizações repetitivas (sons, sílabas, palavras ou frases) que ocorrem de forma recorrente e, muitas vezes, sem uma função comunicativa aparente. Fazem parte do conjunto de comportamentos restritos e repetitivos descritos nos critérios diagnósticos do TEA, embora nem todas as pessoas autistas apresentem esse tipo específico de estereotipia – que pode variar em forma, frequência e contexto.

Estudos mostram que tais vocalizações podem ser mantidas por reforçamento automático (quando o próprio som é prazeroso ou regulador) ou associadas a estados emocionais, como ansiedade, excitação, sobrecarga sensorial. Em outros casos, podem estar relacionadas a funções comportamentais específicas, como escapar de demandas, evitar interações sociais ou buscar atenção.

A forma e a frequência dessas vocalizações podem mudar ao longo do desenvolvimento, conforme as intervenções e as oportunidades de comunicação se ampliam.

Vale destacar que a ecolalia pode estar presente entre as estereotipias vocais, mas nem toda ecolalia é estereotipia. Hoje se reconhece que muitas ecolalias têm função comunicativa, como iniciar uma interação, pedir algo ou imitar modelos de fala. Cada caso deve ser avaliado com suas particularidades.

Se as vocalizações são intensas, aumentam em momentos de estresse, interferem na aprendizagem ou comunicação, ou causam desconforto físico/social, pode ser indicado intervir com base numa abordagem multiprofissional.

O primeiro passo é sempre realizar uma avaliação funcional, para orientar intervenções eficazes a cada caso. Essas podem envolver o ensino de respostas alternativas funcionais (p. ex., formas comunicativas) e estratégias de regulação sensorial; o objetivo é ampliar opções comunicativas e reduzir impactos no cotidiano.

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