Crianças com transtornos do espectro do autismo ainda chegam tarde aos espaços de intervenção, depois que o período mais plástico do cérebro já passou.
Acabei de escrever um artigo que identificou os estudos científicos sobre programas de intervenção em habilidades sociais e de comunicação para bebês e crianças pequenas em periódicos internacionais. Para realizar a revisão, utilizei as bases de dados bibliográficas eletrônicas, tais como: Scopus (n=234), Medline/PubMed (n=88), The Cochrane Library (n=25), Embase (n=124) e ClinicalTrials (n=1).
A revisão demonstrou que programas de intervenção precoce naturalistas para crianças muito pequenas (até 24 meses) com transtorno do espectro autista (TEA) foram eficazes em melhorar o desempenho dos bebês em habilidades sociais e de comunicação. Os contextos naturalísticos, ou seja, onde as interações acontecem e podem ser modeladas, são os cenários ideais para intervenções.
Essas intervenções minimizam ou neutralizam os efeitos do TEA no caminho do desenvolvimento da criança. É nesse sentido que falamos do caráter “modificável” da mediação/interação. Embora os resultados das intervenções clínicas sejam importantes para a compreensão do desenvolvimento de crianças com TEA, eles não são capazes de reproduzir a sistematicidade necessária para que atrasos no comportamento social e na comunicação sejam minimizados. Nesse contexto, há a necessidade de destacar questões que devem ser abordadas em estudos futuros. Este estudo continua inédito. Assim que for publicado, divulgarei aqui na plataforma ColetivaMente.