Nos primeiros anos de vida, o cérebro está em intensa transformação. É quando ele cria, fortalece e reorganiza conexões, num verdadeiro processo de construção e refinamento.
Essa capacidade chamada neuroplasticidade permite ao cérebro aprender, adaptar-se e desenvolver novas habilidades. Nos primeiros anos, ela atinge níveis extraordinários:
👉 até 1 milhão de novas conexões por segundo (Center on the Developing Child, 2007; 2023);
👉 e o dobro da densidade sináptica observada em adultos (Black et al., 2017).
As experiências vividas moldam literalmente a arquitetura cerebral: conexões mais utilizadas se fortalecem, enquanto outras são eliminadas pela poda sináptica.
E o que define o que permanece? Não é apenas a repetição, mas a qualidade das experiências. O cérebro responde melhor quando o aprendizado ocorre em contextos afetivos e interativos.
No transtorno do espectro autista (TEA), compreender isso é essencial para destacar a importância das intervenções precoces, que aproveitam a rica neuroplasticidade dos primeiros anos de vida para fortalecer habilidades sociais, comunicativas e cognitivas.
Quanto mais cedo identificamos possíveis sinais, mais oportunidades temos de apoiar a criança,
ampliando repertórios, abordando as dificuldades e favorecendo seu pleno desenvolvimento.
O cérebro segue aprendendo por toda a vida, mas é na infância que ele se mostra mais pronto para ser transformado por cada vínculo, estímulo e experiência significativa.