Hoje eu vou falar sobre o isolamento social da pessoa autista. O retiro não opcional do neurodivergente, a solidão que muitos autistas adultos sentem e que lhes dói quando gostariam de participar de momentos sociais, mas não conseguem porque:
* Não são convidados;
* Sabem que não vai haver adaptação no ambiente;
* Não sabem (ainda) como deveriam se comportar no ambiente social;
* Acham que todos irão reparar neles.
Existe uma grande diferença entre a solitude e a solidão. Na primeira, uma pessoa opta pelo silêncio, pela própria companhia, por espontânea vontade. Na segunda, a pessoa quer fazer parte, mas não consegue, não pode ou tem medo devido a lembranças de experiências e passadas que foram negativas.
Identificar o isolamento social, a causa e o impacto para a pessoa autista, é parte do suporte que devemos oferecer aos autistas jovens e adultos. Muitas vezes, a rigidez cognitiva os leva a deduzir que “o que deu errado sempre vai dar errado”. E não é assim.
Atenção às habilidades sociais é indispensável para o desenvolvimento social de jovens autistas. Assim como o diagnóstico, quanto mais precoce as intervenções sociais, mais bem sucedida a sensação incomparável de pertencimento.