20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Desde julho de 2023, a professora Carolina de Souza Oliveira Machado, mãe de Marcos, uma criança que convive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), buscava contato com a igrejas da cidade, para solicitar a realização de missas inclusivas. Ela explica que um horário reservado para que as pessoas com TEA possam participar sem os olhares de reprovação e julgamento das outras pessoas é fundamental para as famílias. A partir deste domingo (12), a igreja de São Sebastião, localizada na Rua Hermenegildo Vilaça, Centro, sem número, terá celebrações inclusivas, sempre às 9h.

Segundo Carolina, é essencial que a pessoa com autismo possa ser ela mesma durante a celebração. “Muitos autistas não conseguem ficar sentados e em silêncio à missa inteira. Alguns ficam andando, outros dão uma corridinha, ou cantam fora de hora. Ter um horário de missa em que as pessoas saibam que é inclusivo e que, portanto, encontrarão autistas, afastará os olhares de reprovação”. Para a professora, o acolhimento dessa demanda representa muito.

“Incluir não é somente ouvir e receber as pessoas com deficiência. É fazer exatamente o que a igreja fez: procurar conhecer e compreender mais, para agir e conscientizar”, explica Carolina. Ela acrescenta que, para que o ambiente seja, de fato, inclusivo, é preciso se colocar no lugar do outro e fazer as adaptações necessárias. “Foi escolhido, especialmente, a missa de domingo no horário das 9h, porque é um ambiente mais confortável para autista. Nesse horário, a missa é mais silenciosa e, geralmente, está mais vazia. Para se ter um ambiente inclusivo é necessário romper ou minimizar as barreiras que há no meio, como por exemplo, ter um acesso para pessoas que usam cadeiras de rodas, locais com poucos estímulos para pessoas autistas, uso de LIBRAS para pessoas surdas e etc.”

A expectativa é a de que as crianças tenham uma boa adaptação, cada uma no seu tempo. “Desejo que as famílias atípicas não tenham receio em frequentar, pois ali não teremos olhares de questionamentos se por ventura, nossos filhos andarem durante a missa e forem rotulados como “mal-educados”. Esse julgamento entre outros é por falta de conhecimento sobre o TEA. É muito importante ter esse espaço pra conscientizar a sociedade.”

Localizada no Centro de Juiz de Fora, a Igreja São Sebastião realizará Missas Inclusivas, visando melhorar a participação de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a partir deste domingo (12). As celebrações acontecerão sempre no horário das 9h.

Paciência e compreensão

Segundo o padre Wieslaw Kaminski, SVD, o pedido de Carolina foi prontamente atendido. Segundo o sacerdote, a única diferença estará na postura dos fiéis em relação às pessoas com espectro autista ou deficientes que estarão na celebração. “Por exemplo, elas podem andar, falar alto, ou até se mostrarem agressivas. É importante entender que elas são assim, ter paciência, compreensão e não reclamar que alguém atrapalha ou não tem respeito com a missa”, explicou.

Conforme o padre Wieslaw, a igreja já possui experiência com as crianças com TEA, por meio da catequese. Neste ano, uma dessas crianças fez primeira eucaristia. “Quando a mãe nos procurou propondo, de vez em quando, celebrar uma missa, como ela chamou, inclusiva, começamos a dialogar com a catequese e outros grupos pastorais. A ideia foi bem acolhida, então a divulgamos nas celebrações dominicais”. Ele explica que, para a igreja, é uma alegria poder ajudar.

“Não sabemos quantas famílias vão aparecer, mas isso não importa. Acho interessante esta iniciativa ter saído delas. Provavelmente, elas têm a necessidade de se sentirem incluídas. Famílias onde tem pessoas com TEA, com certeza, não tem vida fácil. Por isso, uma atitude nossa afetuosa, compassiva, paciente e tolerante com elas deve nos aproximar, para nos sentirmos como irmãos.”

Fonte: Acessa.com (https://www.acessa.com/cidade/2023/11/185354-familias-de-pessoas-com-tea-conseguem-acesso-a-missa-inclusiva-em-juiz-de-fora.html)

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