”Por que meu filho autista não me imita?… Por que meu filho autista não imita seus coleguinhas?…”

Em bebês neurotípicos, o vínculo afetivo é estabelecido através da imitação entre mãe e bebê. A mãe sorri, o bebê sorri; o bebê sorri, a mãe sorri. Ação comum, mas caracteriza a imitação como ponto central para o desenvolvimento sócio emocional e comunicativo de uma criança.

Segundo Smith e Bryson, nos seus 15 estudos entre a relação da imitação e autismo, haveria um comprometimento biológico, um déficit no sistema límbico pré-frontal neural, como base para a deficiência no desenvolvimento social da criança autista, que incluiria um prejuízo nas capacidades imitativas, sociais, comunicativas e afetivas.

No artigo científico sugerido no final deste texto, pode-se ler referências a várias pesquisas onde a conclusão é de que a a imitação serve para o estabelecimento de uma ponte de comunicação com a criança autista e que, AO SER IMITADA (ao invés de “forçada” a imitar), poderia perceber o outro (mãe, terapeuta, professor etc.) com MENOS ANSIEDADE – base de tanto transtorno e crise.
Essa relação, estabelecida a partir de uma familiaridade dos estímulos introduzidos por via da imitação, poderia evoluir em outros sentidos.

Igualmente, a importância de valorizar A IMITAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA para estabelecer o primeiro contato com um paciente cuja dificuldade para o tratamento envolve exatamente o contato com o terapeuta.

Ou seja, terapeutas: imitem seus pacientes, primeiro, para estabelecerem uma relação de confiança!

Nota da autora: Os estudos não comentam sobre inclusão, mas fica o pedido de atenção para que professores conheçam as pesquisas e utilizem estratégias de imitação de seus alunos – e motivação de outros alunos a imitarem os autistas – para estabelecerem uma conexão que vai ser fortalecida com o tempo, fazendo com que a criança autista passe a imitar a partir da abordagem menos invasiva.

Fonte consultada (leitura recomendada): https://www.scielo.br/j/pusp/a/NxjCSMwTfrHrSYV5FCPtB6r/?lang=pt