Existe o mito de que pessoas superdotadas são sortudas, de que suas vidas devem ser uma maravilha; sabem tudo sobre tudo, têm solução para tudo. Se você pensa assim, pare: não é assim, não sempre, pelo menos.

A pessoa superdotada também pode ser aquela com uma “deficiência invisível”: achar que todo mundo sabe, sente, vê, ouve e percebe como ela. Principalmente crianças e jovens superdotados são vítimas dessa atitude simples (para eles) de que “é tão óbvio… todos devem saber”. Mas a realidade é que a maioria não vai saber.

A vida de um superdotado pode ter, sim, muitas vantagens, principalmente quando a família destas crianças é presente e cuida da parte mais importante das suas vidas: a sua saúde emocional.

A superdotação não é considerada deficiência, pelo contrário. Mas você sabia que muitas destas pessoas crescem com uma imagem negativa de si mesmas? Algumas levam anos para entender que são invejadas, admiradas, mas também facilmente canceladas por não serem iguais a seus pares. Muitas são “loners” (solitários) porque não é fácil viver ao lado de quem sabe mais, sente mais, vê mais, ouve mais, e parece ser até paranormal pois tudo o que pensa e diz, acaba sendo certo.

E a mediocridade tende a rechaçar o diferente, fazendo com que o jovem superdotado se sinta até ignorante, ou errado. Há um grande percentual de pessoas superdotadas que “não deram certo na vida” e mantêm a sensação de que não servem para nada, desde a infância.

Pais e mães de crianças com altas habilidades, não só estimulem seus filhos a que aprendam o currículo acadêmico porque eles podem, porque ter cinco diplomas universitários, falar cinco idiomas fluentemente, é fácil para eles. Não, o mais importante é eles SABEREM LIDAR COM A SUPERDOTAÇÃO.

Entenderem que a maior parte das pessoas não entende o que ele diz, ou como pensa. Ao mesmo tempo, evitar que o superdotado “se ache” é tão importante quanto ensiná-lo a ter autoestima, principalmente, quando não entendido pela sua alta inteligência.