O neuropediatra Paulo Liberalesso postou o texto abaixo em seu Instagram, e por achar que ele pode ajudar muitas pessoas a entenderem as minúcias do nível 2 de suporte do autismo, replicamos aqui:

“Pessoas no autismo nível 2 apresentam dificuldades SIGNIFICATIVAS na comunicação verbal e não verbal. Não se trata de uma “dificuldade de manter um diálogo”. Se trata de uma SIGNIFICATIVA e CONSTANTE dificuldade para se comunicar.

Muitas vezes, essas pessoas têm um vocabulário MUITO limitado, que leva a uma IMPOSSIBILIDADE de manter diálogos, interpretar expressões faciais, tom de voz e gestos. Inclusive, parte das pessoas autistas nível 2 pode depender de dispositivos de comunicação alternativa/aumentativa (CAA).

Mesmo com esse suporte, a interação social é significativamente limitada e marcada por dificuldades em compreender normas sociais e manter relacionamentos.

No nível 2 de suporte, os comportamentos repetitivos e interesses restritos são muito marcantes e geralmente interferem nas atividades no dia a dia. A rigidez cognitiva e a resistência a mudanças são características muito comuns e tornam MUITO difícil a adaptação a novos ambientes, novas rotinas e a imprevistos.

No nível 2 de suporte, muitas pessoas apresentam comportamentos disruptivos que podem ser caracterizados por agressividade ou autoflagelação. Além disso, uma parcela significativa das pessoas autistas nível 2 de suporte tem rebaixamento intelectual ou deficiência intelectual.

A dependência de cuidados por parte de familiares ou cuidadores é uma realidade frequente para muitas pessoas nível 2, podendo precisar de suporte para atividades básicas, como higiene pessoal, alimentação, organização da rotina e participação em atividades sociais.

Pessoas no nível 2 podem ter dificuldades para compreender perigos, aumentando a necessidade de supervisão constante.

Pessoal, o transtorno do espectro autista é uma condição neurológica muito grave. Seu diagnóstico não pode ser banalizado. O nível 2 de suporte traz uma quantidade já MUITO grande de prejuízos e necessidade de apoio.

Nós não estamos falando, geralmente, de pessoas que serão facilmente inseridas na sociedade, no mercado de trabalho, nas escolas ou universidades e nem em relações matrimoniais. Isso é possível? Sim! Totalmente! Mas é fruto de um trabalho contínuo de adaptações.

ESSE É O AUTISMO NÍVEL 2 DE SUPORTE…”