20/06 | 2 anos de Coletivamente

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O pensamento arborescente

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“É o cérebro trabalhando o tempo todo. É não conseguir desligar, de modo algum.” (Francilene Vaz)

O pensamento em arborescência da pessoa superdotada é, sem dúvida, uma das especificidades mais incríveis. O termo refere-se ao pensamento abundante, a quantidade de conexões neurais do cérebro humano, capaz de desdobrar-se com ramificações em várias direções, dividindo-se em várias ideias e/ou analogias.

É um pensamento em rede. Onde cada ideia cria outra ideia, que, por sua vez, cria um conjunto de outras ideias. O pensamento em arborescência funciona da mesma forma que as cartas mentais, onde o centro representa uma ideia geral e as demais ideias relacionam-se à ideia principal. É a maneira de encontrar diferentes respostas e possibilidades para as questões que surgem.

A pessoa superdotada pode utilizar vários “galhos” desse pensamento, que são desenvolvidos em várias frentes.
As conexões múltiplas criam ideias criativas e inovadoras. Toda essa multiplicidade de elos associativos são bastante criativas e inovadoras, o que torna possível chegar a descobertas de novas teorias e invenções.

Nós nos identificamos muito mais com o conceito de pensamento em arborescência, ainda que alguns artigos científicos indiquem apenas dois tipos de pensamento: o convergente e o divergente.

Onde o pensamento convergente segue uma ordem linear e lógica dos fatos. Enquanto que o pensamento divergente enfatiza a associação de ideias e permite encontrar várias soluções para um “problema”, é o pilar da criatividade.

Criatividade

Pensamento divergente diz respeito à criatividade. Ele é aberto e trabalha com variadas ideias até chegar a uma solução para determinada situação. O pensamento convergente passa de uma ideia plausível, baseada em conhecimentos para achar uma única solução.

O pensamento arborescente embora pareça complexo para quem não tem essa capacidade desenvolvida, para os superdotados é uma atividade rápida. As reflexões começam e as conexões vão se formando, ligando-se e criando outras idéias e outras, em busca de resultados possíveis.

” Uma característica minha, que não sei se também funciona assim com outros, é de precisar falar sobre a ideia. Então enquanto falo, as conexões surgem de maneira mais clara. Em conversa com uma terapeuta, disse-lhe que precisava falar para aumentar minha ideia. A resposta dela foi: ‘para acalmar seu coração’. Na realidade até acalma, porque as ideias vão se ‘alastrando’ e consigo visualizar novas perspectivas, mas não é exatamente isso. Parece-me mais uma característica própria e necessária, assim consigo extrair do meu poder de criatividade as ideias mais inovadoras e principalmente divertidas. Sempre divirto-me com o alcance das minhas ideias mais nonsense, embora também pense que delas vem as melhores e inusitadas soluções”. (Moraes, Claudia – 2002, online)

O pensamento em arborescência é uma constante de evolução, o que pode deixar a pessoa superdotada mais cansada que as demais, e interfere diretamente nas questões do sono. Daí as insônias frequentes. É o cérebro trabalhando o tempo todo. É não conseguir desligar, de modo algum. A estruturação para a pessoa superdotada é essencial para qualidade de vida. Caso contrário, períodos de ócio e pouca produtividade podem ser extremamente estressantes.

Nosso cérebro (sobre)vive pela ação. Quando esta é limitada ou limitante, padecemos.

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