Pensar no que fazer após o diagnóstico parece ser algo óbvio. No entanto, muitas vezes também parece ser desesperador. Para muitas famílias receber um código do Cid 11
(Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e toda uma explicação referente ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é romper com expectativas criadas e construir um novo modo de pensar e sobretudo de entender o mundo.
Todo esse processo é compreensível tendo em vista o despreparo cultural que a sociedade pós moderna tem com relação aos transtornos do neurodesenvolvimento e às deficiências. Tal despreparo culmina em preconceito, discriminação, rótulos e consequentemente em falta de apoio social, bullying e medo de como agir e o que fazer.
Após o diagnóstico, como proceder?
Devemos pensar nessa questão com cautela e muito respeito, pois, sem dúvida, cada pai, mãe, cuidador e familiar sentirá, entenderá e vivenciará o TEA de um modo único. Porém, o intuito desse texto é auxiliar famílias que se veem sem direção diante das novas descobertas.
Inicialmente, acolha seu filho ou sua filha, pois o TEA é uma característica e não sua totalidade, comece a entender suas particularidades, suas dificuldades e, sobretudo, suas
funções. Cada comportamento, cada choro, tudo possui uma função e observar isso é primordial.
É importante, também, procurar um profissional especializado na área, que tenha a capacidade de trabalhar de modo efetivo, principalmente em equipe multidisciplinar.
Sabe-se que o profissional que trabalha com ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é o mais indicado, pois essa ciência possui comprovação científica no tratamento.
Procure também se integrar do assunto, pesquise, estude sobre o Transtorno, pois normalmente os familiares sãos as pessoas que possuem uma maior percepção do que acontece no cotidiano. Muitas vezes a escola é o local que a criança permanece mais tempo, por isso visite-a e analise se a mesma está preparada para a inclusão.
Por fim, tenha paciência, o tratamento não acontece da noite para o dia, pois demanda planejamento, práticas diárias e um constante acompanhamento.