20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Paixão que gerou livros

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Como surge o amor por um clube de futebol? Algumas pessoas são torcedores “desde o berço”, herdam o time dos pais. Outras se tornam fãs através da admiração por um grande jogador. No caso do jovem paraense Rafael Pietro, de apenas 10 anos, o encanto pelo Flamengo nasceu durante a final da Libertadores de 2019.

“Foi paixão à primeira vista”, segundo Nayara Bentes, mãe do pequeno flamenguista. É totalmente compreensível que seja assim. Naquele jogo, o Mengão sofreu um gol do River Plate logo no início, mas contou com uma atuação brilhante de Gabriel Barbosa, o Gabigol, para virar o placar nos minutos finais e conquistar a taça da Libertadores após 38 anos de espera.

No dia 23 de novembro de 2019, o Rubro-Negro não só venceu o torneio continental como também ganhou um dos seus torcedores mais fiéis. Para Rafael, que tem autismo, o Flamengo desempenha um papel importante em seu desenvolvimento e socialização. Segundo sua mãe, o clube influencia diretamente no humor do garoto em dias de jogo: uma vitória é motivo de festa, enquanto uma derrota significa um dia triste.

Para felicidade do pequeno torcedor, o Flamengo vai jogar no Pará no dia 2 de fevereiro, no Estádio Mangueirão, em um duelo contra o Botafogo pela Supercopa Rei 2025, que coloca o campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil frente a frente.

Contudo, sua família não pode arcar com o valor dos ingressos e mora em Castanhal, município que fica a 75 km de distância da capital paraense, mas assim como o Flamengo na final contra o River Plate, Rafael não desistiu do seu objetivo e gravou um vídeo pedindo uma entrada para ver o Mengão, o que seria o seu “maior sonho”.

Esse contato com o futebol, que chegou ao Rafael através do Flamengo, serviu como um estímulo para ele encontrar outra paixão: escrever. Junto com outras crianças, Rafa escreveu o livro “Os 4 amigos vivendo no mundo do futebol” e “Os amigos em viagem salvam o mundo do futebol”.

Além dos livros, ele escreve sobre futebol para uma revista mensal. Esse talento foi descoberto pelo professor Kevin Loureiro, que realiza um atendimento educacional especializado para crianças e jovens com altas habilidades. Kevin entrou na vida de Rafael por causa da “dupla excepcionalidade” do garoto, que tem superdotação e autismo.

“É um jovem extremamente inteligente, com ótima memória. Ele é muito alegre nos encontros que tenho com ele, pela Aspire Superdotação. Ele tem dupla excepcionalidade, está dentro dessa condição. Ele apresenta transtorno do espectro autista e também características comportamentais das altas habilidades. São três pilares: tem uma habilidade acima da média se comparado com outras crianças. Na memorização e escrita, ele é bem acima da média. Ele também é altamente criativo. Outra características é envolvimento com a tarefa. Quando é algo que brilha aos olhos dele, e o futebol brilha muito aos olhos dele, ele tem essa motivação mais forte que a maioria das crianças da idade dele”.

A paixão do Rafinha pelo futebol é realmente o tempo todo. Ele é aficionado pelo Flamengo, sabe informações sobre tudo o que imaginar sobre o clube, mas também sabe de times de vários locais do mundo. Kevin tentou surpreender Rafael com quiz sobre futebol, mas “quebrou a cara” com o garoto, que sabe quem são os artilheiros de clubes do Brasil e escudos de várias equipes do mundo. Atualmente, o “Rafinha” tem nova área de interesse dentro do futebol: a análise de desempenho.

“Se uma criança que tem talento no Brasil, ela precisa ser desenvolvida, a título de país mesmo, de ter bons profissionais no futuro, pessoas capacitadas e que podem contribuir, inclusive, para um futebol melhor. Ele tem todo esse potencial, que precisa ser lapidado”, ressalta Kevin.

FONTE: https://ge.globo.com/pa/futebol/noticia/2025/01/01/amor-pelo-flamengo-inspira-jovem-torcedor-com-autismo-e-superdotacao-a-escrever-livros-sobre-futebol.ghtml

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