20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Minha mente não entende. A gente oferece algo excepcional, de graça, mas a maioria das pessoas prefere pagar pelo medíocre.

Fazer um trabalho de conscientização de graça e com qualidade é uma decepção constante. No Brasil, está superando minha capacidade de compreender o que, de verdade, a comunidade quer?

As postagens-denúncia formam grande parte de curiosidade no Instagram. Todo mundo vira jornalista quando uma criança sofre discriminação. A notícia é repetida várias vezes, usando as imagens horríveis e atraindo likes. Todo mundo comenta, desabafa, xinga a escola, os pais, o governo, mas não oferece uma informação qualitativa, sugerindo soluções. Quem as têm, comercializa. Montam cursos e vendem a preços absurdos. E são aplaudidas por isso.

Aí vem uma pessoa idealista de verdade, oferece sugestões gratuitas, razoáveis, elaborada com toda a expertise, e não repercute.

Quanto tempo mais eu vou perder fazendo a conscientização de forma voluntária, no Brasil, país com a mentalidade capitalista por natureza, eu não sei. Ando cansada de doar tempo que não é aproveitado, a ter ideias e projetos copiados e mal formulados, e ver esse grande comércio que o autismo se tornou no Brasil.

Peço que não me peçam nada, por enquanto. Eu só sei ajudar bem. Compartilhar denúncia, sem buscar solução, não é meu estilo.

@comunidadeproautismo segue funcionando. Aqui estou no modo “pausa para balanço”.

Quem faz esse tipo de trabalho que eu faço, vai entender bem. Quem não entender, é só rolar o feed. Não respondo mais a pessoas desconhecidas e sem noção.

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