Começaram ontem, as reuniões em 2024 do coletivo de estudantes diagnosticados ou em processo de diagnóstico com transtorno do espectro autista da Universidade Federal de Uberlândia (Coletivo TEA UFU). A periodicidade das reuniões ainda será definida pelo coletivo.
O projeto existe desde abril de 2023 e surgiu a partir de uma iniciativa da professora Valéria Asnis, do curso de Pedagogia, do professor Nuno Manna, do curso de Jornalismo, e também do aluno de Jornalismo Paulo Félix, diagnosticado com o transtorno do espectro autista. Inspirado por projetos de outras universidades, Félix propôs a criação do projeto – que realiza sua divulgação em uma página no Instagram.
O principal propósito do coletivo é o acolhimento de pessoas com o transtorno do espectro autista dentro do ensino superior. “É muito bom perceber que eu não estou sozinho e que existem pessoas passando por situações semelhantes à minha na universidade”, comenta o estudante, acrescentando que o coletivo busca também trazer visibilidade para pessoas autistas, auxiliando na luta por seus direitos.
Félix teve seu processo de diagnóstico iniciado em 2022, já com suspeitas por parte de psiquiatra e psicóloga que o acompanhavam. Apenas em novembro daquele ano, ele recebeu a confirmação do diagnóstico. “No começo foi um processo complicado. Muitas coisas foram esclarecidas, mas outras ficaram ainda mais nebulosas. Com o tempo e com ajuda de familiares e amigos, o processo de me aceitar se tornou mais fácil. Ainda estou lidando com o diagnóstico e com os empecilhos do autismo, mas o auxílio do coletivo foi e é fundamental para me ajudar a me compreender”, resume.
Condições diversas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza o transtorno do espectro autista (TEA) como diversas condições como determinado grau de comprometimento no comportamento social, comunicação, linguagem, além de interesses restritos e realizados de forma repetitiva.
O TEA costuma ter suas condições percebidas logo nos primeiros cinco anos de vida. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que devam existir cerca de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo que a incidência do transtorno é maior em meninos. Para informar a população e diminuir o preconceito em relação ao transtorno do espectro autista, a ONU criou o Dia Nacional de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril.
FONTE: https://comunica.ufu.br/noticias/2024/01/coletivo-de-estudantes-com-transtorno-do-espectro-autista-da-ufu-da-inicio-sua