20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Seletividade alimentar

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Não olhar nos olhos, andar na ponta dos pés, ter dificuldade para se comunicar, apresentar maior sensibilidade ao barulho. Essas são algumas características que podem ser observadas em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas você sabia que crianças atípicas também podem sofrer com seletividade alimentar?

De acordo com a nutricionista Gláucia Cunha, a rigidez de comportamento e a sensibilidade sensorial – duas características muito presentes no autismo – podem fazer com que as crianças atípicas tenham dificuldade para comer. Muitas vezes, se alimentar pode ser um processo doloroso.

“Esse comportamento mais rígido faz com que a criança estabeleça alguns padrões. Têm crianças com TEA que o padrão de maior conforto são os alimentos da cor amarela, por exemplo, e elas acabam trazendo esse padrão para toda a alimentação e se limitam a essa cor. Algumas vão ter mais dificuldade com texturas moles, pastosas, que sujam. Outras vão ter mais dificuldade com texturas crocantes, aquela que faz barulho, que incomoda quando a gente mastiga. O TEA traz esses pontos, que favorecem o aparecimento da seletividade alimentar”, explica a nutricionista.

Terapia alimentar

Especialista em seletividade alimentar, Gláucia lembra que, ao contrário do que a maioria das pessoas imaginam, comer não é uma habilidade inata. Se alimentar é complexo e envolve todos os sentidos: “antes de chegar na boca tem tato, visão, olfato, por último o paladar. Quando a gente chegar no paladar, a gente já venceu um monte de etapa”. Por isso, a terapia alimentar – feita por um nutricionista infantil especializado – é uma importante aliada para que a criança consiga vencer todas essas etapas com segurança.

“Comer é um processo. Quando a criança tem dificuldade, a gente precisa respeitar o tempo dela de primeiro tolerar estar perto da comida, cheirar, tocar, explorar e aí a gente vai subindo os degraus até a gente chegar no comer propriamente dito. Cada criança tem seu tempo, sua dificuldade. Qual a textura é mais segura? Às vezes o
problema é a cor. Se a criança só come comidas amarelas, não adianta eu chegar com o brócolis, porque eu vou afastar a criança ainda mais daquele processo e aí fica muito mais difícil para ela. Na terapia alimentar nós respeitamos o processo de cada criança”, detalha.

Trabalho interdisciplinar


O trabalho é lento, feito passo a passo, e precisa contar com a colaboração da família, da escola e de outros profissionais para que o resultado seja efetivo. A depender das dificuldades de cada criança, pode ser necessário o apoio de terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e até psicólogo.

“A gente vai precisar de uma equipe trabalhando a questão das texturas, por isso é importante um terapeuta ocupacional. Precisa ainda de um profissional trabalhando essa rigidez de comportamento, no caso o psicólogo; e às vezes a criança tem um atraso na fala, com problema de mastigação e deglutição, então vamos precisar de um fonoaudiólogo para ajudar. Muitas vezes a gente não consegue sozinho. Todos esses profissionais, junto da família e da escola, precisam estar empenhados para que se consiga as evoluções”, conclui.

Fonte: ES360 (https://es360.com.br/bem-estar/noticia/autismo-e-seletividade-alimentar-saiba-por-que-criancas-atipicas-tem/)

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