O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento de diferentes maneiras entre os indivíduos. No Brasil, dados do Sistema de Informações Ambulatoriais revelam que, em 2021, cerca de 9,6 milhões de atendimentos foram realizados para pessoas com autismo, destacando a relevância do tema para a saúde pública. Esses números também expõem a importância crescente de promover uma compreensão ampla e aprofundada sobre o autismo na sociedade atual.
Apesar dos avanços nas informações sobre o autismo, ainda prevalece uma significativa desinformação e estigma social que dificultam o pleno acesso de indivíduos autistas a recursos adequados. Essa marginalização é, muitas vezes, resultado de preconceito e falta de conhecimento sobre a complexidade e diversidade do espectro autista, que abrange uma variedade de manifestações e desafios únicos para cada pessoa.
Muitos indivíduos no espectro autista encontram dificuldades principalmente na comunicação e na interação social. Essas barreiras podem incluir problemas na interpretação de sinais não verbais, como expressões faciais e linguagem corporal, além de nuances da comunicação verbal, como o tom de voz e o uso de sarcasmo. Esses desafios frequentemente geram mal-entendidos e dificultam a convivência em ambientes sociais cotidianos.
Além das dificuldades na comunicação, a aceitação social de comportamentos repetitivos ou interesses restritos é outra barreira comum. Comportamentos como estereotipias, que podem incluir ações repetitivas como abanar as mãos ou alinhar objetos, são frequentemente mal interpretados por pessoas fora do espectro. Tais comportamentos, na verdade, funcionam como mecanismos de enfrentamento para lidar com o estresse e a ansiedade.
A sensibilidade sensorial é um aspecto comum entre aqueles com TEA. Alguns indivíduos podem experimentar hipossensibilidade ou hipersensibilidade a estímulos externos, o que pode resultar em um desconforto substancial e sobrecarga sensorial. Essas experiências podem impactar significativamente o bem-estar diário, dificultando ainda mais a integração em contextos sociais típicos.
Com o avanço para a idade adulta, as pessoas com TEA frequentemente enfrentam obstáculos na obtenção de serviços essenciais, como educação, saúde, emprego e habitação adequados. Reconhecer o autismo como uma forma de neurodiversidade é crucial para superar esses desafios. A sociedade deve se comprometer com a educação contínua e a sensibilização para desenvolver um ambiente mais inclusivo e acessível para todos.
O diagnóstico do autismo se baseia na observação de um conjunto de comportamentos e sinais característicos que surgem, em geral, na primeira infância. Os sinais mais comuns incluem atraso na fala, desinteresse por interação social, dificuldade em interpretar gestos e expressões faciais, repetição de frases ou palavras e uma seletividade sensorial apurada em relação a cheiros, sabores e texturas.
É importante que esses sintomas sejam identificados ainda no período de desenvolvimento, geralmente até os 6 anos, para que o diagnóstico seja efetivo. Intervenções precoces podem fazer uma diferença significativa no desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos com TEA.
Promoção de uma verdadeira inclusão e aceitação das pessoas no espectro autista garante que elas tenham oportunidades equitativas de desenvolver suas habilidades únicas e alcançar seu potencial pleno. A narrativa pública e pessoal sobre o autismo precisa evoluir de um foco em deficiência para uma celebração da diversidade humana.
FONTE: https://www.em.com.br/emfoco/2025/11/12/os-sinais-de-autismo-que-muitos-ainda-ignoram/
