De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2019), o número de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) que estão matriculados em classes comuns no Brasil aumentou 37,27% em um ano. Em 2017, 77.102 crianças e adolescentes com autismo estudavam nas mesmas salas que pessoas sem deficiência. Esse índice subiu para 105.842 alunos em 2018, considerando que tanto os estudantes de escolas públicas quanto de particulares e estudos vêm reconhecendo essa prática como sendo realizável e possível (Lemos et al., 2016; Sanini, Sifuentes, & Bosa, 2013). Por outro lado, há também indicadores de que a participação desses alunos nas aulas ainda é escassa, com pouca evolução na aprendizagem e na interação entre os colegas (Favoretto & Lamônica, 2014).
Este aumento expressivo de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas públicas e privadas regulares possibilitou mais igualdade e oportunidades para estes, mas evidenciou a necessidade de profissionais mais preparados para receber alunos com TEA, especialmente no saber como lidar com as atipicidades nas áreas da linguagem, interação social e comportamental. Não basta ter o espaço físico inclusivo, é necessário dar oportunidades para que todos os alunos desenvolvam suas potencialidades, respeitando suas condições sociais e cognitivas e, para isso, deve haver qualificação profissional para a maioria dos atuais e futuros profissionais da educação.
