20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Autismo não acaba aos 18 anos

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Faz tempo ele precisa de pouco suporte. Edinho é uma pessoa simples, se conhece bem. Seu objetivo é se formar, trabalhar, ter seu próprio apartamento. Para cada objetivo, ele sabe que deve superar os obstáculos. O suporte que damos é na lembrança dos passos que ele necessita andar para chegar aonde quer.

Edinho vive seu sonho: estuda, trabalha, se diverte com seus hobby’s, tem 1 bom amigo da sua idade. Quer namorar, casar e ter filhos, mas ainda tem dificuldade (timidez e receio de não saber o que dizer) em se aproximar das moças – estamos dando suporte nisso.
Graças a Deus ele não tem (mais) altos e baixos, não tem crises, não tem depressão, não tem ambição de ser mais do que é: uma pessoa contente com o que tem.

Foram 2 décadas de luta para alcançar uma vida estável e tranquila, nada “interessante” neste momento, a não ser algum momento atípico dele que nos traz muita risada (não dele, mas COM ele).
O medo e a ansiedade acabaram – eram muitos. Edinho absorveu a filosofia da nossa família, de que “problemas todo mundo tem e foram feitos para serem resolvidos.”

Não posso dizer que minha missão está cumprida porque mãe nunca acaba a missão, seja a idade que o filho tiver.
A maioridade é um momento em que muitas famílias acreditam ter terminado sua participação na vida dos filhos. “Ele agora é adulto, ele é quem sabe.” Edinho ainda não sabia muita coisa aos 18 e até mesmo aos 21. A idade cronológica não foi ponto de partida para nada, nem para falar, nem para ser adulto responsável, independente.
Enquanto existirem dificuldades, tentamos ajudar, seguimos guiando como se não houvesse maioridade.

O autismo não acaba aos 18 anos, nem para aprendizado pedagógico, nem para aprendizado de vida.

Enquanto nossos autistas mantém déficits (que os impedem de alcançar seus sonhos) é nosso dever seguir apoiando. Isso não é capacitismo, mas amor e valorização. Ninguém vai educar/guiar o filho com tanto amor quanto seus pais. A gente faz antes que a vida faça.

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