20/06 | 2 anos de Coletivamente

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TDAH: música pode ajudar

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Músicas podem ser ótimas aliadas do aprendizado, especialmente para quem tem TDAH. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que ouvir música instrumental durante tarefas que exigem concentração reduz erros e melhora o desempenho, tanto em crianças com o transtorno quanto naquelas sem o diagnóstico.

Os resultados, publicados no Interactive Journal of Medical Research, trazem uma nova perspectiva. Elas mostram como estímulos sonoros podem apoiar a atenção e o bem-estar cognitivo de jovens com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) – uma condição que atinge de 5% a 8% das crianças no mundo.

O TDAH é um transtorno neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade. Embora a maior parte dos diagnósticos surja na infância, ele também pode persistir na vida adulta, impactando o desempenho escolar, profissional e emocional.

Como o transtorno se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, o tratamento costuma envolver uma abordagem multifatorial, combinando medicamentos, terapia comportamental e intervenções que melhorem a rotina e o ambiente de aprendizado. É nesse contexto que a música aparece como uma ferramenta promissora.

A pesquisa ocorreu com 76 meninos entre 10 e 12 anos, divididos em dois grupos. 34 pessoas com TDAH e 42 sem o diagnóstico, com características socioeconômicas e cognitivas semelhantes. Durante o experimento, os participantes realizaram um teste de atenção (o Attention Network Test), tanto em silêncio quanto ouvindo música instrumental através de fones de ouvido.

O repertório escolhido foi composto por temas populares entre jovens, editados para retirar qualquer letra, de modo a eliminar distrações linguísticas. O resultado chamou atenção: as crianças cometeram menos erros enquanto ouviam música, independentemente de terem ou não TDAH. 

O tempo de reação, no entanto, permaneceu o mesmo – o que indica que o benefício não vem de um aumento da velocidade, mas de uma melhor concentração e motivação. Segundo os pesquisadores, o som cria um ambiente sensorial que mantém o cérebro em estado de alerta positivo, estimulando o foco de forma natural.

Para a equipe do INCT NeuroTec-R, sediada na UFMG, o efeito positivo da música pode estar ligado ao sistema de recompensa cerebral, o mesmo responsável pela sensação de prazer e satisfação. Esse estímulo ajuda a sustentar o foco e reduzir a distração.

A música não cura o TDAH, mas pode tornar o ambiente cognitivo mais favorável ao aprendizado. A revisão sistemática do grupo também mostrou que músicas instrumentais podem favorecer a atenção seletiva e regular as emoções, dependendo do gênero musical e do tipo de tarefa.

Pais e educadores podem testar essa estratégia de forma simples e segura. Durante momentos de estudo ou tarefas que exigem concentração, inclua músicas instrumentais de fundo, como trilhas sonoras, lo-fi ou música clássica. O ideal é que as faixas não tenham letra e estejam de acordo com o gosto da criança, pois o prazer auditivo é parte fundamental do efeito.

Cada caso é único: enquanto algumas crianças se beneficiam da técnica com músicas, outras podem não responder da mesma forma. Por isso, o acompanhamento de profissionais especializados é essencial para adaptar o método à rotina e às necessidades individuais.

FONTE: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/musicas-instrumentais-podem-ajudar-no-foco-de-criancas-com-tdah-diz-estudo,b64c1643da7928669048d2546023968cp54hxas5.html?utm_source=clipboard

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