20/06 | 2 anos de Coletivamente

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TDAH, SUS e a economia

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Falta de tratamento do TDAH no SUS impacta economia brasileira, afirma especialista
Convidado do Saúde com Ciência explica que dificuldade no acesso à medicação pode levar o país a perder cerca de R$ 1 bilhão por ano

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) pode trazer diversos impactos para o dia a dia dos diagnosticados, que representam 3% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E, devido à dificuldade no acesso à medicação utilizada no tratamento, que não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil tem impactos na economia.

“Tem um estudo científico, que foi publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, mostrando que o Brasil, ao não tratar o TDAH, expõe os indivíduos às consequências desse transtorno e desperdiça cerca de R$ 1 bilhão por ano”, afirma o psiquiatra e professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, Antônio Alvim, convidado do Saúde com Ciência desta semana.

De acordo com o professor, isso acontece porque pessoas com TDAH têm mais risco de se envolver em acidentes de trânsito e ocupar, por exemplo, um leito de hospital; de ter trocas frequentes de emprego, o que impacta na economia do país; além de ter chance de desenvolver outros quadros psiquiátricos, como depressão, impactando na produtividade no trabalho.

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na atenção, na impulsividade e na hiperatividade. Os sintomas aparecem desde a infância, entre eles, perda de objetos, dificuldade em prestar atenção, esquecer compromissos, desorganização com pertences, dificuldade em esperar a própria vez, agitação e inquietação.

Outros impactos também podem estar presentes na vida de crianças e adolescentes diagnosticados com o transtorno. Entre eles, destaca-se a dificuldade em se relacionar com colegas; problemas no aprendizado, com maiores taxas de repetência, abandono escolar e queixas de comportamento na escola. Além disso, esse grupo pode ter “maior número de namoros; em geral, às vezes inicia uma vida sexual mais cedo. Problema com uso de drogas é mais relatado nessa população, porque, muitas vezes, as pessoas vão procurar as drogas como forma de se medicarem, de ficarem mais tranquilas”, cita o professor.

“O TDAH não é, simplesmente, um jeito de ser. Ele é um transtorno que traz impactos para a vida de uma pessoa”, ressalta Antônio Alvim.

Tratamento do TDAH

O professor ainda destaca que a medicação para o TDAH é fundamental para o tratamento do transtorno, pois a taxa de resposta dos sintomas aos remédios é uma das maiores da medicina, cerca de 70%.

Além da medicação, exercícios físicos e psicoterapia também são essenciais para a melhora do quadro e dos sintomas. “Temos muita evidência que, de fato, o exercício físico melhora os sintomas de desatenção após a prática. A psicoterapia ajuda o indivíduo a lidar melhor com os sintomas, organizar a agenda e os pertences, não perder compromissos”, explica Antônio Alvim.

Caso perceba os sintomas com mais intensidade no dia a dia, por pelo menos seis meses, e com impactos em diversas áreas da vida, como trabalho, escola e em casa, procure atendimento médico para fazer o diagnóstico e o tratamento correto para o quadro.

Saúde com Ciência

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

Fonte: Faculdade de Medicina da UFMG

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