Conforme fui vivenciando alguns dias da conscientização do autismo em minha trajetória de ativismo, passei a naturalmente enxergar as ações e os esforços pró-conscientização/inclusão em um modelo de pirâmide. E que gostaria de compartilhar aqui com vocês nessa publicação:
Nessa pirâmide que visualizo, sua base representa mobilizações numerosas – fluindo por vias urbanas ou outros locais públicos – que visam a alcançar o maior número possível de pessoas, oportunizando um primeiro contato com o tema. Iniciativas assim geralmente envolvem uso de símbolos, balões, flyers e reportagens sobre o autismo em geral nos veículos de mídia.
Logo acima da base estão ações mais “focais”, que não alcançam grandes públicos como campanhas de 2 de Abril, mas que permitem uma discussão mais aprofundada em base das demandas do ambiente de foco. Exemplos dessas ações são treinamentos de equipe empresarial, rodas de conversa em escolas, workshops para clínicas e simpósios sobre autismo.
Por fim, ao topo: informações e adaptações para um indivíduo em determinado ambiente. Essas ações certamente demandam um olhar mais atento e recursos específicos. Entretanto, é o caminho indispensável a se seguir para uma inclusão efetiva. Ao meu ver, a inclusão individualizada ocorre por meio de diversas situações: desde o simples ato de explicar alguma necessidade específica/comportamento atípico ao seu grupo social (possibilitando respeito mútuo) até a elaboração do plano de desenvolvimento singular (considerando o repertório atual do indivíduo e suas potencialidades).
Entendo que as ações aqui ilustradas em base de suas especificidades e potencial de alcance são partes fundamentais de um mesmo processo – todas têm seu papel e são essenciais.