20/06 | 2 anos de Coletivamente

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) faz com que o neurodesenvolvimento de crianças e adolescentes aconteça de forma atípica, podendo causar inúmeros prejuízos na aprendizagem, na comunicação e em outras áreas da vida do indivíduo. 

Atualmente, o Brasil não tem dados sobre a incidência da condição na população do país. Porém, é cada vez maior o número de pessoas diagnosticadas com um dos três níveis da TEA. Um caso recente que chamou a atenção foi o da atriz Letícia Sabatella. Ela descobriu o transtorno já na fase adulta, depois dos 50 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 70 milhões de pessoas em todo o planeta com autismo. Uma delas é o autor Jesus Abel de Moura, que acaba de lançar seu primeiro livro “Cosmos: Um sonho de Astronauta”, pela Editora Viseu.

Ele também foi diagnosticado em idade adulta, aos 33 anos, porém pode apontar com facilidades alguns dos problemas e dificuldades trazidas pelo autismo, já na infância.

“Sempre tive pouquíssimos amigos, detestava fazer trabalhos em grupo, era sempre o último a ser escolhido para qualquer coisa, não era bom em apresentar trabalhos nem em leituras coletivas. Por ser muito tímido e quieto, era frequentemente vítima de bullying, mas no final dos anos 1990 e começo dos anos 2000 nem se falava em bullying, muito menos em autismo”, contextualiza.

Para ele, é importante o diagnóstico, já que pode ser o primeiro passo para que a pessoa busque ajuda e compreenda o que se passa consigo mesma. “Simplesmente saber já faz toda a diferença. Antigamente, infelizmente, esse assunto não era levado a sério. Imagino quanta gente poderia ter tido uma qualidade de vida melhor se recebesse um acompanhamento psicológico. Para mim mesmo sei que teria ajudado”, completa.

Para se ter uma ideia, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi instituído há aproximadamente 17 anos, no ano de 2007, durante a Assembleia da ONU daquele ano. A própria entidade reconhece que o número de pessoas em todas as partes do mundo é alto, porém o mais prejudicial é a falta de compreensão do quadro.

Oportunidade de se relacionar

Para o escritor Jesus Abel de Moura, a escrita trouxe uma grande oportunidade de se relacionar com o mundo e consigo mesmo, através das palavras. 

“Quando consigo me conectar com minha escrita, parece que o mundo ao redor desaparece e toda a minha atenção é direcionada para esse momento. Eu não seria capaz de expressar corretamente minhas ideias falando, mas escrevendo sim. Foi assim desde criança. Na escola, eu sempre escrevia muito nas respostas dissertativas. Direcionar o foco para uma atividade produtiva, no meu caso ajuda a controlar a ansiedade”, aponta.

A história de “Cosmos: um sonho de astronauta” mostra um jovem de 26 anos que tem uma vida normal. Ele vive em uma sociedade onde a inteligência artificial Cosmos atua em todas as áreas. 

A Vida de Ben Hur muda quando Cosmos convoca o jovem para uma missão espacial perigosa, colocando o personagem numa aventura de descoberta sobre si mesmo. É um livro que usa o contexto tecnológico para falar sobre as escolhas e os rumos que a humanidade está seguindo.

Fonte: Terra (https://www.jornaldeuberaba.com.br/noticia/75272/autor-com-autismo-vence-barreiras-e-publica-primeiro-livro)

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