20/06 | 2 anos de Coletivamente

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O vício por telas e o cérebro

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O neuropediatra Paulo Liberalesso abordou a questão do uso excessivo de telas e como esse hábito se transforma em vício e como ele age no cérebro. Veja o texto abaixo.

O circuito de recompensa do cérebro é uma rede de estruturas neurais que estão envolvidas na motivação, no prazer e na aprendizagem. O circuito de recompensa é FORTEMENTE ativado quando a criança é exposta a telas (celulares, videogames, tablets, televisão).

As principais áreas do cérebro envolvidas no circuito de recompensa são:

Núcleo Accumbens: é um dos principais centros de prazer. Quando você se engaja em atividades prazerosas, a dopamina é liberada nesse núcleo, criando sensações de prazer e satisfação imediatas.

Região Ventro Medial Tegmental: esta região contém neurônios que produzem dopamina. A ativação dessa região é crucial para o aprendizado e a motivação relacionada a recompensas.

Núcleo Estriado: além do núcleo accumbens, o núcleo estriado (que inclui o corpo estriado) é fundamental para a identificação e resposta a recompensas.

Córtex Pré-frontal: esta área está envolvida no controle executivo e na tomada de decisões. Ele ajuda a regular os impulsos e pode influenciar a busca por recompensas.

Amígdala: é uma estrutura relacionada às emoções e também é fortemente ativada quando se experimenta algo que dê prazer.

O vício por telas ocorre quando a interação com dispositivos eletrônicos ativa o circuito de recompensa de maneira intensa e repetida. Isso pode levar a uma liberação excessiva de dopamina, criando um ciclo de prazer que se torna cada vez mais difícil de ser interrompido. O processo pode ser descrito assim:

Ativação do Circuito de Recompensa: usar telas frequentemente resulta em uma liberação elevada de dopamina, especialmente quando a atividade oferece gratificações imediatas.

Aumento da Tolerância: com o tempo, o circuito de recompensa vai exigindo cada vez mais estímulos para gerar o mesmo nível de prazer.

Alterações Cerebrais: com a exposição prolongada, a estrutura e a função de áreas específicas do cérebro podem mudar, afetando o controle sobre impulsos e a capacidade de obter prazer em atividades não relacionadas a telas. A partir desse momento podemos entender que a criança está “viciada” em telas.

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