Eu aceitei que chamassem meu filho de doido, burro, boboca, chato porque não deixei asneiras entrarem no meu coração – até hoje.
Ao mundo, o direito de pensar o que quiser do meu filho.
A mim, o dever de pensar o melhor, visualizar sucesso, trabalhar pela sua evolução.
Quando permitimos que a sociedade nos fira com suas palavras duras e atitudes capacitistas, deixamos de focar no principal: o desenvolvimento dos nossos filhos, no tempo que for.
Se a vitória é diploma, ou aprender a lavar a louça, a sensação de sucesso é tão singular quanto a pessoa autista.
Meu filho, para mim, sempre foi um sucesso. Nunca esteve quebrado, ou deficiente, mesmo nos piores momentos, nas crises diárias e na falta total de comunicação.
Há mais de uma década não há crise e a comunicação é suficiente para ele levar para o mundo o que aprendeu em casa: que ele tem valor.
Sejam fortes. Busquem ajuda. Vocês, pais, merecem e seus filhos também.
Um dia eu disse que o autismo não era o fim, mas um recomeço diferente. Hoje, Edinho diz que o autismo não é o fim, mas a falta de tratamento, e de alguém que acredite no autista. Tem que ter pelo menos um alguém.
Autismo não tem garantia, tem possibilidades. Busquem todas. Juntem todas.
Solte tudo o que tira o seu foco.