20/06 | 2 anos de Coletivamente

Compartilhe

Sua criança é hiperativa?

Compartilhe

A criança parece não ter sossego. É inquieta, fala demais, mexe em tudo, larga as tarefas pela metade. Perturba pelo excesso, desafia a autoridade dos pais ou dos professores e, às vezes, tem atitudes impulsivas. Não tem limites, nem foco. Concentra-se apenas naquilo que lhe dá prazer, mas tem dificuldade em manter a atenção em outras atividades, especialmente as mais longas e repetitivas. Na escola, atrapalha as aulas, é desatenta e vai mal nas provas.

Comportamentos desse tipo podem ser indicadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), problema neurobiológico de fundo genético que afeta de 3% a 5% das crianças e acompanha cerca de 50% delas ao longo da vida. Elas poderão sofrer com prejuízos de aprendizagem e sociabilidade e, quando adultos, ter mais dificuldade nos relacionamentos, no emprego, na vida social e atitudes impulsivas, que os tornam mais suscetíveis às drogas ou às doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo. Um indivíduo com TDAH pode até ser brilhante em atividades que o atraem – se gostar de xadrez, por exemplo, vai se tornar um exímio jogador, mas possivelmente terá várias dificuldades relacionadas com o transtorno, com prejuízos para ele e, eventualmente, para as pessoas com as quais convive.

Relacionado a distúrbios de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, o TDAH afeta áreas do cérebro associadas ao autocontrole e à atenção. “O diagnóstico é clínico e tem de ser criterioso, envolvendo um levantamento cuidadoso do histórico da criança. Além dela e dos pais, às vezes precisamos conversar também com professores e outras pessoas da rede de relacionamentos da criança”, diz o Dr. Erasmo Casella, neurologista infantil da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI). O passo inicial é a aplicação de um questionário simples, o SNAP-IV, baseado no Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria, que avalia nove critérios de déficit de atenção e nove de hiperatividade e impulsividade. “A ocorrência de comportamentos associados a pelo menos seis desses critérios, por mais de seis meses, pode indicar TDAH e exige aprofundar as investigações clínicas”, afirma a Dra. Letícia Sampaio, também neurologista infantil da SBNI.

Nunca rotular

O tratamento costuma envolver medicamentos estimulantes (há também medicamentos não estimulantes, mas são menos eficazes), além de terapia comportamental e aconselhamento familiar e escolar. Dependendo das dificuldades associadas, pode ser necessária, ainda, a atuação de outros profissionais, como fonoaudiólogo, psicopedagogo e psicomotricista.

“É importante nunca rotular a criança como hiperativa ou algo parecido. Mas é preciso ajudá-la a entender que determinados comportamentos são inadequados, orientá-la, mostrar os limites e reconhecer ou elogiar as ações positivas. Os pais não devem gritar ou ter atitudes agressivas, pois os filhos são espelhos dos pais e agirão da mesma forma”, afirma o Dr. Erasmo. “Na escola, os professores também podem adotar iniciativas como colocar o aluno com TDAH na frente, permitir um tempo maior para que ele faça a prova e substituir uma tarefa de execução mais demorada por várias outras que possam ser realizadas mais rapidamente”, exemplifica a Dra. Letícia.

Fonte: Newslab (https://newslab.com.br/seu-filho-e-uma-crianca-hiperativa/)

Veja também...

No vídeo abaixo, bem humorado, toco em pontos que comumente as pessoas confundem quando tratamos de autismo. Espero que gostem.

Mãe, pai… Você não precisa dar conta de tudo.Nem ser perfeito.Nem acertar sempre. Ser pai ou mãe já é, por si só, …

Você já conhecia o Experimento de Milgram? Nos anos 1960, o psicólogo Stanley Milgram realizou um dos experimentos mais marcantes da história …

plugins premium WordPress