“Azul”, uma peça teatral maravilhosa, que trata de modo sábio, sensível, emocionante, temas como o TEA, a empatia, o respeito às diferenças etc. Minha esposa Natacha Gragnolati, meu filho Daniel e eu tivemos a alegria, o privilégio e honra de assistirmos essa peça uns dias atrás no Centro Cultural Banco do Brasil ( @ccbbsp ) e amamos essa obra de arte incrível e a equipe que tratou muito muito bem a nós e o todos os que ali estavam (após o espetáculo, tiremos fotos, conversamos um pouco etc).
Recomendamos que assistam Azul, pois também irão amar essa obra de arte.
“Azul” é um espetáculo de celebração da diversidade, que leva uma mensagem importante sobre empatia. Fomos prestigiar a essa produção inspiradora da @artesanalciadeteatro, que reforça a importância de reconhecer a singularidade de cada pessoa atípica e suas famílias, e nos identificamos muito!
Crítica de “Azul”
Embora todo o elenco vibre em uma qualidade exuberante, e muito embora a Cia Artesanal apresente uma emocionante unidade quando em cena, Brenda Villatoro entrega qualquer coisa cujo valor mostra-se muito acima daquilo que as palavras de um analista saberia alcançar. Igual destaque deve ser dado às belíssimas composições de Dante – Azul
Sem esforço para tanto, e com uma brutal simplicidade muito bem impressa em todas camadas da obra, Azul reafirma a necessidade de continuarmos a fazer teatro através dos séculos. Direto, dignificando o espírito do nosso ofício e formalmente muito bem decidido em todas as direções eleitas, Azul é tão bonito e simples quanto mostra-se bonito e simples um verso de Vinícius ou uma canção do Tom Jobim.
A poética das interpretações, lançando feitiço uniforme e duradouro desde a primeira cena, surge tecnicamente bem equalizada às poéticas visuais e sensíveis – ou seja – tudo o que aparece dito, e tudo o que é visto e tudo o que o elenco realiza em cena, de modo civilizante e com profunda emanação sensível, abre ao público não somente pontos de leitura para a obra ou caminhos e conjunturas acerca da fábula em si, mas sim, e outra vez sem aparente malabarismo formal, um sem fim de subjetivações que ultrapassam o campo simbólico e transmutam o espetáculo em uma constante e magnética sensação acerca da vida e do mundo.
Azul é um daqueles raríssimos espetáculos em que a catarse confunde-se com a nossa tranquila fruição, e, de maneira absolutamente orgânica, de pronto, vemo-nos assaltados por uma emoção impossível de ser contida ou dissimulada. Azul é também uma aula de direção pois, como nota-se, ao longo da obra, é tendo como prova a homogeneidade das reações da plateia, quase nunca deixamos de esquecer os ouvidos e o olhar no exato ponto exigido pelo enredo. E o mesmo procedimento repete-se nos outros variados canais: o texto é absolutamente parceiro da nossa percepção evolutiva de toda a trama, tal qual o elenco mostra-se elegante e refinado na escolha do arsenal de recursos e gag.
Um dos grandes espetáculos do mais recente teatro brasileiro, uma poderosa realização capaz de visitar valores cuja potência desordenam as possíveis divisões entre um e outro teatro – Azul!Um clássico. Para todos os teatros, idades ou estilos.
Simplesmente uma oração cênica ao centro do espírito humano.
Ficha Técnica:
Texto e Dramaturgia Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho
Elenco Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira
Narração Cleiton Rasga
Direção Artística Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves
Concepção, Criação e Confecção de Bonecos e Máscaras Dante
Direção de Movimento dos Atores e Preparação Corporal Paulo Mazzoni
Direção de Movimento dos Bonecos e Preparação Técnica Máscara Teatral Marise Nogueira
Preparação Vocal Verônica Machado
Figurinos e Adereços Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves
Cenário, Objetos, Adereços de Cena e Baleia Karlla de Luca
Cenotécnico Antônio Ronaldo
Direção de Palco Alexandre Scaldini
Desenho de Luz Rodrigo Belay
Operação de Luz Peder Salles
Trilha Musical Gustavo Bicalho
Desenho de Som Luciano Siqueira
Operação de Som Pedro Quintaes
Projeto Gráfico Dante
Fontes: Instagram Autismo Xadrez (@autismoxadrez) e Marcio Tito (@marciotitop)